Conto de Natal


Era uma vez um homem que apanhava maçãs 365 dias por ano.

Era uma vez uma rapariga que se sentia tão feliz por estar ali. Que por apanhar todos os dias aquele autocarro, passou a dar ainda mais valor ao motorista que o conduzia.
Era uma vez um homem. Era uma vez uma rapariga.
O mundo está cheio deles, não está? De homens e de raparigas. De mulheres e de rapazes. Na véspera de Natal, eu vejo o Gomorra. Enquanto percebo que sou feliz assim. A história do homem que apanhava maçãs é só mais uma. A história da rapariga que apanha autocarros pode ser a de qualquer uma de nós.
Isto não é um conto de Natal. É mais um conto qualquer, daqueles para os quais eu tenho jeito. Para escrever sobre coisas quaisquer, e não sobre qualquer coisa. Até porque não percebo nada de política.
Para este Natal, desejo um bom. Para este ano, se foi muito mau, desejo-vos um melhor. Até os maus têm fim. Como se este ano fosse para o Inferno.
Assim sendo, o meu conto qualquer fica por terminar. Afinal, que mais são os meus textos do que coisas quaisquer às quais eu vou dando continuidade? As palavras são como pequenos seres, com vida própria. Vão crescendo, como os Sims. Só temos de os manter no caminho do bem.
Para além das vossas palavras, mantenham-se também a vocês. Ou se estiverem com dificuldades, peçam-lhes ajuda. São as melhores conselheiras que uma pessoa pode arranjar...