Canção para a Inês

Digam-me lá quantas pessoas lutam contra a maré com esta força, com esta vontade. Digam-me lá (se é que conheçem) alguém tão timído mas tão forte ao mesmo tempo, que se agarra com os polegares e mais alguns dedos da mão às coisas das causas perdidas, às coisas gerais e mundanas.. a calças, meias, sacos e telemóveis. Ela chama-lhe espetáculo alegórico, eu chamo-lhe alegria de ocasião.
Que mal faz uma pequena alegria de ocasião querida Inês, aproveita-te dela enquanto podes! Agarra-te às coisas grandes mas às pequeninas (por favor, dá especial atenção às pequeninas) com força. Agarra-te a mim, agarra-te aos sorrisos, e agarra-te a essa tua alegria de ocasião provocada sabe-se lá porquê.
Que mais queres que eu faça, que mais podes esperar do mundo? Quanto ao mundo não sei, mas de mim terás tudo o que quiseres, a disponibilidade certa e o mundo render-se-á aos teus pés, ao teu cabelo escuro de Inês.
Que mais queres das pessoas, senão que te aceitem como tu és? Eu já me aceitei a mim. Aceita a tua voz, o teu corpo, o teu coração e tudo por que tens de passar até ultrapassares a alegria de ocasião e conheceres a alegria de tudo. Quantas pessoas conhecem a alegria de tudo?
Digam-me lá vocês agora quantas pessoas esperam receber esta alegria para sempre. Tenho a certeza que a Inês espera, a querida Inês. E seja o que Deus quiser?
Seja o que ela quiser.