" A ver o metro passar, cantando coisas de amor"


Voltei do Porto pior que nunca e os 16 anos parecem não estar a ter qualquer influência no meu terrível humor. Tenho andando mesmo insuportável, não sei como é que ainda há pessoas que me aturam! Mas por outro lado, toda esta minha "crise" de adolescente deprimida deu-me para pensar no que realmente quero fazer e na pessoa que não me quero tornar. Não quero ser assim e se tenho tendência para ser rabujenta e teimosa, tenho de contrariar isto tudo. Tenho de FIGHT THE POWER, tipo Dr.Jekyll e Mr Hid. Preciso de me distrair, de sair à rua e escrever no meu diário (c´est vrai, voltei ao meu precioso diário..) tudo o que me passar pela cabeça, de modo a evitar o máximo possível as minhas tendências depressivas...
Porque é que tudo gira sempre à volta de um "ele"? Quando ficamos tristes, parte-se sempre do princípio de que se passa alguma coisa e o facto de andar mais rabujenta tem precisamente a ver com um "ele". É sempre um "ele". Por mais voltas que dê à cabeça, não percebo como é que pude deixar isto acontecer nem como é que isto começou. Logo ele...Ontem quando vinha a caminho de casa, por volta da meia-noite, vi-o. Até no escuro o reconheci, a fumar. Não sei onde tenciono chegar com tudo isto.
Preciso de me distrair. Tenho a vida tão facilitada, recebi roupa gira e uns dinheirinhos bons mas mesmo assim, continuo literalmente na fossa. Farto-me de reclamar com a falta de alegria nas pessoas que vejo na rua mas eu sinto-me na mesma! Refugio-me nos livros, nos meus cadernos e mesmo assim não parece suficiente, nunca é suficiente. Já me disseram que as pessoas que devoram livros com a mesma frequência que eu é porque "não têm vida propria" e eu não consigo parar de pensar nisto. Eu leio porque gosto de ler, é a minh fuga, o meu escape para os problemas. Até que ponto é que não é uma fuga à minha vida?