Uma mensagem #11 time is on my side, Rolling Stones

De que é que precisas? De uma mensagem escrita? De um anel no dedo? De um acordo, de um pacto de sangue? Da palavra? O que tens não te chega? És cega, surda? Não sabes ler gestos? Não sabes distinguir o estudado do genuíno? Perdeste a capacidade de reconhecer o bom por si só e acreditas que todas as coisas que crês por menos boas são propositadas, já não acreditas que as pessoas simplesmente não sejam perfeitas? Gostavas que todas as palavras fortes se cravassem a fundo com todo o seu sentido? Não percebes que o sentido delas és tu que o fazes ou deixas de fazer? Elas não têm culpa, foste tu que as criaste. Foste tu que as provocaste, ninguém te obrigou. E uma vez ditas repetem-se uma e outra vez, fazem cada vez mais sentido e apesar de não perderem a sua força, querias outras ainda mais fortes, ainda mais profundas, umas que tu própria tivesses inventado só para vocês, que se lixe, para que é que precisas de palavras, precisas é do espelho delas na tua vida, precisas de as sentir e isso já tu tens. Tens tudo. O que é que te falta? Depois dos sonhos, das idealizações, dos planos e dos projectos todos desenhados na cabeça, parecem-te todos tão bons que precisas da sua concretização urgentemente. E a verdade é que até precisas. Mas deixa-te sonhar, faz-te bem. Um dia vais ter tudo, sou eu que te prometo. Se queres que te conte um segredo, de mim para ti, o sonho é bem capaz de te desiludir em comparação àquilo que tens à tua espera. Por isso não tenhas pressa. Não precisas das mensagens, dos anéis, dos papéis a ficar velhos, nem sequer da palavra, muda tanto ou mais que tu. Precisas é de ti e das tuas certezas, da tua intuição. Ainda és um lince por estrear, só não precisa de caçar mais. Já tem para a vida toda.