Vou-te contar uma coisa. Eu juro que tentei. Tentei confiar em ti, outra vez. Mas também te juro, por mais que tentasse eras tu e as palavras que eu detesto de mãos dadas, tu e as palavras caras aos beijos num banco, eras tu a olhar para mim e a não me perceberes, era eu a não fazer esforço nenhum para falarmos o mesmo idioma. Juro que não fiz. Vou-te contar outra coisa. Juro que me não me vais perceber mais. Olhei para dentro da tua cabeça às escondidas e não encontrei nada do que procurava. Procurei saudade só encontrei papel, procurei confiança e encontrei chamadas telefónicas não atendidas, provavelmente nenhuma para mim. Não sei, não me apeteceu procurar mais. Claro que me podes ver os olhos, mas se eu não deixar não me verás a alma.