Quando me perguntam porque não tenho namorado, respondo "porque depois do X e do Y nunca mais encontrei ninguém de quem gostasse a sério". A resposta de volta é, invariavelmente, "tens que ser menos exigente". Eu não concordo. Quando compro uma mala, mesmo que seja na loja dos chineses ali da esquina por 5 euros, quero que tenha a melhor qualidade possível. Porque é que haveria de ser menos exigente num dos aspectos mais importantes da minha vida? Contentar-me com pouco, ou mesmo que não seja "pouco", vou contentar-me com menos do que aquilo que eu acho que mereço, do que aquilo que eu quero para mim? Podia tentar, mas além de não querer, suspeito que não sou capaz. Não me quero contentar com alguém que eu, racionalmente, vejo que é ideal para mim. Alguém que é meu amigo, que me trata bem. Alguém de quem eu gosto mas não me faz sentir "aquilo" quando olho para ele ou estou com ele. Porque eu já tive isso. Já tive alguém que me ligava antes de ir para os treinos, assim que ia dormir ou a perguntar-me o que tinha almoçado! Dizem-me para tentar, que o amor cresce bem devagar. Pode ser... até podem ser as relações mais estáveis, as que duram mais... mas serão as mais felizes?! Quero aquela excitação, aqueles nervos quando passo um dia sem ele, não me quero desleixar nem ter medo de ser eu própria, de lhe contar aquelas coisas que, infelizmente, contei às pessoas erradas. O amor não é racional, não me conformo que seja!
Não é o "ah sim, gosto dele, ele trata-me bem, damo-nos bem, não vou arranjar ninguém melhor". Quero o "sim, adoro-o, a cada mês que passa gosto mais dele, a cada mês que passa fico mais maluca por ele". Dirão vocês que isso é paixão e que a paixão passa. Para mim esse é o verdadeiro amor. É dizer "gosto tanto tanto tanto mas tanto de ti" e ficar com as lágrimas nos olhos. E por isso, vale a pena esperar.