Antes que mais, Feliz Dia dos Namorados. Na minha opinião este é o dia mais infeliz do ano, que por mais insignificante que seja, é um dia de muito sacrifício para raparigas solteiras como moi.
Para todo o lado que olhe, corações. É mais uma daquelas estratégias inventadas para vender mais umas flores, uns chocolates, uns peluches todos rosconhof e está feito, os rapazes dão-se por satisfeitos e as raparigas ficam felicissimas.
Este ano nem recebi cartas anónimas, o que era costume nos outros anos. Isto dá-me um bocado que pensar mas sinceramente, já que habituei à ideia dos Feromona, " vou definhar no quarto sem amor". Olha, que seja. Se não encontrar nenhum rapaz à medida, seja feita a vossa vontade.
Mas, ( há sempre um MAS, felizmente) tive outra tarde muito interessante em casa da J. Parámos de dançar as musicas do costume (feijão com grão, feijão com grão), acendemos uma vela, fizemos uma rodinha e falamos dos nossos problemas. Uma por uma, falamos das coisas que nos andavam a chatear a cabeça e sinceramente, fez-me muito bem, Ouvimos os problemas da I, as lamentações da S, o "medo" da J.. Tudo. A L ficou aliviada e eu fiquei contente por termos tido aquele bocadinho, que nos aproximou mais neste dia, principalmente quando somos todas solteiras. Menos a L.
Para terminar, vou colar aqui O MEU POEMA de portugues, que tanto me vai custar a decorar para a aula de amanha, mas até é bastante apropriado com o tema do dia de hoje. Hurrai.
É urgente o amor.
É urgente um barco no mar.
É urgente destruir certas palavras,
ódio, solidão e crueldade,alguns lamentos,
muitas espadas.
É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios e manhãs claras.
Cai o silêncio nos ombros e a luz impura,
até doer.
É urgente o amor,
é urgente permanecer.
Eugénio de Andrade, Antologia Breve