A verdade é que não tenho tido muito para dizer. Escrevo ocasionalmente, uma frase ou outra, coisas sem muito sentido, mas tenho sentido a minha falta. Escrevo, como sempre, com o objectivo de me preencher mais um bocadinho, coisas com sentido para mim e eventualmente para outras pessoas, é para isso que existo. Não apenas para descarregar as minhas alucinações, mas na expectativa que alguém alucine tanto, ou pelo menos sobre o mesmo que eu. Acho que preciso de uma injecção de confiança. De uma pequena mudança. Olha conheço uma rapariga que cortou o cabelo, comprou sapatos novos, tem em vista um casaco, conversou com os amigos mais próximos e eles aconselharam-na a ser mais atenciosa com as pessoas, mais preocupada com as questões ambientais e talvez até chegue a juntar-se à liga internacional da luta contra o abate massivo das árvores, cortou no uso do papel e começou a escrever nas paredes. Já não come carne. Cada vez gosta mais da chuva, dos avós e assim. E eu, no que é que posso mudar? Pinto-me de azul, amarelo? Ponho um fundo com passarinhos, alguma coisa poética? Não sou desses. Não sou obcecado com o mundo, mas não conheço nenhum blog que tenha ganho um prémio com um fundo com passarinhos. Tenho de me manter sério até ao fim, fiél a mim mesmo.
Mas e agora? E se a minha confiança passa por imitar aquela rapariga, e ser confiante o suficiente para me mudar e mesmo assim, continuar igual a mim próprio? Posso querer um carro e não saber conduzir. Pelo menos por agora. Se for corajoso o suficiente para convidar outro blog para comermos juntos um prato de minhocas virtuais, estou pronto para o mundo. Esta é a minha mensagem. Perguntar pelo Natal em Junho.
